Minerando dados: A base para dashboards confiáveis

O que é mais importante? Ferramentas ou organização de dados?Em busca dos dados brutosEm meio à empolgação com a visualização e análises, um aspecto crucial muitas vezes é negligenciado: a qualidade dos dados brutos.Neste artigo, eu proponho uma reflexão: o quanto estamos dispostos a investir na raiz da causa: os dados brutos. Como organizar, tratar e disponibilizar os dados, para que eles sirvam de alicerce para análises? Seja qual for a ferramenta, sem uma base sólida, você vai analisar apenas informações distorcidas.­Ferramenta ou análise de qualidade?Em um contexto cada vez mais data-driven, ferramentas de análise como Power BI, Tableau e até mesmo o Excel se tornaram indispensáveis para empresas que desejam extrair ideias valiosas de seus dados.São tantas ferramentas…No entanto, em meio à empolgação com a visualização e análises, um aspecto crucial muitas vezes é negligenciado: a qualidade dos dados brutos.Uma coisa que me incomoda muito é o padrão de comportamento de muitas pessoas, de acharem que vão resolver o problema de análise de dados, começando pela ferramenta.Sabemos o quanto ferramentas são atraentes e as empresas sabem disso. Toda ferramenta é a melhor, cada software é o ideal. Porém, o que percebo é o mesmo vai e vem do mesmo problema: a falta de confiança nos dados.­O começoA análise de dados não é um conceito novo. Empresas já coletam e analisam informações há séculos, mas a explosão de dados na era digital impulsionou uma mudança radical na forma como lidamos com eles. Hoje, a capacidade de coletar, armazenar e analisar grandes volumes de dados em tempo real tornou-se um diferencial competitivo crucial.E por falar em origem e cultura de dados e análises, vamos buscar na história uma pessoa que ajudou a construir os conceitos de tratamento e análises de dados. Vamos falar de uma pessoa que foi pioneira nesta área: Florence Nightingale.Florence Nightingale. Pioneira em tratamento e análise de dadosFlorence Nightingale, conhecida como a “Dama da Lâmpada”, é frequentemente lembrada por sua dedicação aos cuidados com os doentes durante a Guerra da Crimeia.No entanto, sua contribuição para a área da saúde vai além da compaixão e do atendimento direto aos pacientes. Nightingale foi uma visionária que revolucionou a enfermagem através da análise de dados e da criação de gráficos informativos.­Sensibilidade para coleta, organização e tratamento de dadosAo chegar a Scutari, na Turquia, em 1854, Nightingale se deparou com condições precárias nos hospitais militares. Alta taxa de mortalidade, falta de higiene e saneamento básico eram apenas alguns dos problemas que assolavam os soldados.Diante desse cenário, Nightingale iniciou um meticuloso processo de coleta de dados sobre as causas das mortes e as condições dos pacientes.Com base nos dados coletados, Nightingale criou gráficos inovadores, como o diagrama de área polar, para apresentar as informações de forma clara e concisa. Esses gráficos permitiam visualizar rapidamente as tendências e identificar os principais fatores que contribuíram para a alta mortalidade.Impacto na Melhoria dos Cuidados e LegadosAs análises e os gráficos de Nightingale foram cruciais para convencer as autoridades militares da necessidade de mudanças. Ao demonstrar, através de dados concretos, como a higiene e o saneamento básico poderiam salvar vidas, Nightingale pressionou por reformas nos hospitais.“Printed tables and full double columns, I don’t think anyone will read them. No one except scientists has ever consulted the Appendix of a Report. And this is for the lay public.”— Florence NightingaleO trabalho pioneiro de Florence Nightingale na análise de dados e na criação de gráficos teve um impacto profundo na área da enfermagem. Ela inspirou a adoção de métodos científicos para o cuidado com os pacientes, tornando a enfermagem uma profissão mais profissional e eficaz.Exemplo de uma análise de dados através de gráficos, criado pela Florence NightingaleFlorence Nightingale foi mais do que uma enfermeira dedicada. Ela foi uma visionária que transformou a maneira como os dados eram coletados, analisados e utilizados na área da saúde. Sua influência na enfermagem e na ciência de dados é sentida até hoje, inspirando novas gerações de profissionais a utilizar o poder dos dados para melhorar a saúde e o bem-estar das pessoas.­E os dados no contexto corporativo?Dados são a matéria-prima da era digital. São registros de informações que, quando organizados e analisados, revelam padrões, tendências e insights acionáveis. Sejam números de vendas, registros de clientes ou métricas de desempenho, os dados representam a história de uma empresa, seus clientes e seu mercado.Bom, agora que já falamos sobre origens, vamos para nossas realidades.Em muitas empresas, os dados residem em diversos sistemas e formatos, muitas vezes fragmentados e desorganizados. Essa falta de organização dificulta o acesso e a análise eficiente dos dados, gerando gargalos e impedindo que insights valiosos sejam

Jan 23, 2025 - 13:09
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Minerando dados: A base para dashboards confiáveis

O que é mais importante? Ferramentas ou organização de dados?

A imagem representa uma pessoa escavando, na busca de dados brutos. Uma referência sobre como podemos buscar os dados da empresa.
Em busca dos dados brutos

Em meio à empolgação com a visualização e análises, um aspecto crucial muitas vezes é negligenciado: a qualidade dos dados brutos.

Neste artigo, eu proponho uma reflexão: o quanto estamos dispostos a investir na raiz da causa: os dados brutos. Como organizar, tratar e disponibilizar os dados, para que eles sirvam de alicerce para análises? Seja qual for a ferramenta, sem uma base sólida, você vai analisar apenas informações distorcidas.

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Ferramenta ou análise de qualidade?

Em um contexto cada vez mais data-driven, ferramentas de análise como Power BI, Tableau e até mesmo o Excel se tornaram indispensáveis para empresas que desejam extrair ideias valiosas de seus dados.

A imagem representa uma pessoa analisando a quantidade de ferramentas de análise de dados que o mercado oferece.
São tantas ferramentas…

No entanto, em meio à empolgação com a visualização e análises, um aspecto crucial muitas vezes é negligenciado: a qualidade dos dados brutos.

Uma coisa que me incomoda muito é o padrão de comportamento de muitas pessoas, de acharem que vão resolver o problema de análise de dados, começando pela ferramenta.

Sabemos o quanto ferramentas são atraentes e as empresas sabem disso. Toda ferramenta é a melhor, cada software é o ideal. Porém, o que percebo é o mesmo vai e vem do mesmo problema: a falta de confiança nos dados.

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O começo

A análise de dados não é um conceito novo. Empresas já coletam e analisam informações há séculos, mas a explosão de dados na era digital impulsionou uma mudança radical na forma como lidamos com eles. Hoje, a capacidade de coletar, armazenar e analisar grandes volumes de dados em tempo real tornou-se um diferencial competitivo crucial.

E por falar em origem e cultura de dados e análises, vamos buscar na história uma pessoa que ajudou a construir os conceitos de tratamento e análises de dados. Vamos falar de uma pessoa que foi pioneira nesta área: Florence Nightingale.

Foto da enfermeira Florence Nightingale
Florence Nightingale. Pioneira em tratamento e análise de dados

Florence Nightingale, conhecida como a “Dama da Lâmpada”, é frequentemente lembrada por sua dedicação aos cuidados com os doentes durante a Guerra da Crimeia.

No entanto, sua contribuição para a área da saúde vai além da compaixão e do atendimento direto aos pacientes. Nightingale foi uma visionária que revolucionou a enfermagem através da análise de dados e da criação de gráficos informativos.

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Sensibilidade para coleta, organização e tratamento de dados

Ao chegar a Scutari, na Turquia, em 1854, Nightingale se deparou com condições precárias nos hospitais militares. Alta taxa de mortalidade, falta de higiene e saneamento básico eram apenas alguns dos problemas que assolavam os soldados.

Diante desse cenário, Nightingale iniciou um meticuloso processo de coleta de dados sobre as causas das mortes e as condições dos pacientes.

Com base nos dados coletados, Nightingale criou gráficos inovadores, como o diagrama de área polar, para apresentar as informações de forma clara e concisa. Esses gráficos permitiam visualizar rapidamente as tendências e identificar os principais fatores que contribuíram para a alta mortalidade.

Impacto na Melhoria dos Cuidados e Legados

As análises e os gráficos de Nightingale foram cruciais para convencer as autoridades militares da necessidade de mudanças. Ao demonstrar, através de dados concretos, como a higiene e o saneamento básico poderiam salvar vidas, Nightingale pressionou por reformas nos hospitais.

“Printed tables and full double columns, I don’t think anyone will read them. No one except scientists has ever consulted the Appendix of a Report. And this is for the lay public.”
— Florence Nightingale

O trabalho pioneiro de Florence Nightingale na análise de dados e na criação de gráficos teve um impacto profundo na área da enfermagem. Ela inspirou a adoção de métodos científicos para o cuidado com os pacientes, tornando a enfermagem uma profissão mais profissional e eficaz.

A imagem representa um dos primeiros projetos de análise de dados, criado pela Florence Nightingale.
Exemplo de uma análise de dados através de gráficos, criado pela Florence Nightingale

Florence Nightingale foi mais do que uma enfermeira dedicada. Ela foi uma visionária que transformou a maneira como os dados eram coletados, analisados e utilizados na área da saúde. Sua influência na enfermagem e na ciência de dados é sentida até hoje, inspirando novas gerações de profissionais a utilizar o poder dos dados para melhorar a saúde e o bem-estar das pessoas.

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E os dados no contexto corporativo?

Dados são a matéria-prima da era digital. São registros de informações que, quando organizados e analisados, revelam padrões, tendências e insights acionáveis. Sejam números de vendas, registros de clientes ou métricas de desempenho, os dados representam a história de uma empresa, seus clientes e seu mercado.

Bom, agora que já falamos sobre origens, vamos para nossas realidades.

Em muitas empresas, os dados residem em diversos sistemas e formatos, muitas vezes fragmentados e desorganizados. Essa falta de organização dificulta o acesso e a análise eficiente dos dados, gerando gargalos e impedindo que insights valiosos sejam descobertos.

A imagem representa uma pessoa escavando, na busca de dados brutos. Uma referência sobre como podemos buscar os dados da empresa.
Em busca do dado

E as origens, os dados são confiáveis?

A confiabilidade dos dados é um aspecto fundamental para a tomada de decisões assertivas. Dados incompletos, imprecisos ou inconsistentes podem levar a conclusões erradas e decisões dispendiosas.

É crucial implementar mecanismos de controle de qualidade para garantir a integridade e confiabilidade dos dados em todas as etapas, desde a coleta até a análise.

Voltando ao motivo de minha reflexão, o que vejo acontece muito ainda é a perda de tempo em discutir qual ferramenta é “melhor”, em uma busca sem fundamentos, querendo que a ferramenta resolva o problema.

Uma ferramenta só vai executar aquilo para o qual ela foi direcionada para fazer. Nós inda precisamos de bases sólidas, organizadas e confiáveis. É como um alicerce de uma casa, sem uma base sólida, de nada adianta uma decoração moderna.

Construindo Bases Sólidas: A Jornada da Qualidade dos Dados

Transformar dados brutos em insights acionáveis exige um processo estruturado e rigoroso. A jornada da qualidade dos dados se inicia com perguntas: quais dados são relevantes? De onde eles vêm? Como estão sendo armazenados? Responder essas perguntas é o ponto de partida para construir uma base de dados confiável.

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Primeiro: Comece pelas perguntas

Antes de mergulhar na análise, é crucial definir os objetivos e as perguntas que os dados devem responder. Isso direciona a coleta e o tratamento dos dados, garantindo que apenas as informações relevantes sejam utilizadas.

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É preciso tratar os dados

Dados brutos raramente estão prontos para análise. É necessário realizar um processo de tratamento que envolve limpeza, padronização e formatação dos dados. Essa etapa garante que os dados estejam consistentes e compatíveis para análise, evitando erros e inconsistências.

É essencial realizar uma limpeza dos dados

Sua empresa precisa de Engenharia de Dados

O Engenheiro de Dados é o profissional responsável por garantir a qualidade e confiabilidade dos dados. Ele projeta e implementa arquiteturas de dados, gerencia pipelines de dados e desenvolve ferramentas para coleta, tratamento e análise de dados.

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O que é um Engenheiro de Dados?

O Engenheiro de Dados possui conhecimentos em áreas como ciência da computação, estatística e banco de dados. Ele é capaz de extrair dados de diversas fontes, transformá-los em formatos adequados para análise e garantir a qualidade e integridade da informação.

A figura representa uma pessoa analisando os dados peneirados.
Sua empresa precisa de engenharia de dados

O que faz um Engenheiro de Dados?

As funções de um Engenheiro de Dados incluem:

  • Arquitetura de dados: Projetar e implementar arquiteturas de dados robustas e escaláveis para armazenar e gerenciar grandes volumes de dados.
  • Pipelines de dados: Desenvolver e gerenciar pipelines de dados para automatizar a coleta, tratamento e carregamento de dados em bancos de dados ou data warehouses.
  • Qualidade de dados: Implementar mecanismos de controle de qualidade para garantir a integridade, confiabilidade e precisão dos dados.
  • Ferramentas de dados: Desenvolver e utilizar ferramentas para extrair, transformar e analisar dados.

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Extração, Tratamento e Carregamento (ETL)

O ETL (Extract, Transform, Load) é um processo crucial na jornada da qualidade dos dados. Ele envolve:

  • Extração: Coleta de dados de diversas fontes, como bancos de dados, sistemas legados e APIs.
  • Transformação: Limpeza, padronização e formatação dos dados para torná-los compatíveis com a análise.
  • Carregamento: Armazenamento dos dados tratados em um data warehouse ou banco de dados analítico para análise.

Assim, caminhamos para o estado da arte, o self-service BI. E para que o Self-Service BI funcione de forma eficaz, é fundamental que os dados brutos sejam preparados e tratados adequadamente. Esse processo envolve diversas etapas, como:

  • Limpeza de dados: Identificação e correção de erros, inconsistências e duplicidades nos dados.
  • Organização de dados: Estruturação dos dados em um formato que facilite o acesso e a análise.
  • Enriquecimento de dados: Integração de dados de diferentes fontes para fornecer uma visão completa das informações.
  • Padronização de dados: Criação de um conjunto de regras e convenções para garantir a consistência dos dados.
  • Gerenciamento de segurança: Implementação de medidas de segurança para proteger os dados contra acessos não autorizados.

Tudo isso pode contribuir para que os tão desejados dashboards sejam, de fato, confiáveis em suas análises.

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Self-Service BI: Democratização do Acesso à Informação para Todos

Em um mundo cada vez mais data-driven, a capacidade de acessar, analisar e interpretar informações se torna crucial para o sucesso em diversos setores.

O Self-Service BI (Business Intelligence) surge como uma ferramenta poderosa para democratizar o acesso à informação, permitindo que qualquer pessoa, independentemente de sua expertise técnica, possa extrair insights valiosos dos dados.

O Self-Service BI é uma abordagem tecnológica que fornece interfaces intuitivas e fáceis de usar, permitindo que usuários não técnicos explorem e analisem dados sem a necessidade de depender de especialistas em BI.

Essa democratização do acesso à informação permite que todos os departamentos e níveis hierárquicos de uma organização tomem decisões mais inteligentes e baseadas em dados.

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Benefícios do Self-Service BI:

  • Agilidade na tomada de decisões: Com o Self-Service BI, os usuários podem acessar e analisar dados rapidamente, sem a necessidade de esperar por relatórios ou análises geradas por especialistas. Isso permite uma tomada de decisões mais ágil e eficaz, aproveitando as oportunidades e respondendo rapidamente aos desafios.
  • Aumento da produtividade: Ao ter acesso aos dados relevantes, os usuários podem realizar suas tarefas de forma mais eficiente e produtiva. Isso leva a uma redução no tempo gasto em tarefas repetitivas e permite que os colaboradores se concentrem em atividades de maior valor estratégico.
  • Cultura data-driven: O Self-Service BI promove uma cultura data-driven na organização, onde todos os colaboradores se sentem capacitados a utilizar os dados para tomar decisões mais informadas. Isso leva a uma maior colaboração e inovação, impulsionando o crescimento da organização.
  • Melhoria na comunicação: Ao fornecer uma plataforma comum para o acesso e análise de dados, o Self-Service BI facilita a comunicação e a colaboração entre diferentes departamentos. Isso garante que todos estejam na mesma página e trabalhando em conjunto para alcançar os objetivos da organização.
A figura representa um grupo de pessoas analisando um dashboard
Os dados da sua empresa são coletivos?

O Self-Service BI é uma ferramenta poderosa que democratiza o acesso à informação e permite que todos os membros de uma organização tomem decisões mais inteligentes e baseadas em dados.

Através de um processo bem executado de tratamento de dados brutos, o Self-Service BI pode ser implementado com sucesso, proporcionando diversos benefícios para a organização, como aumento da agilidade, da produtividade, da comunicação e da cultura data-driven.

Lembre-se: O Self-Service BI não elimina a necessidade de especialistas em engenharia de dados. Pelo contrário, os engenheiros de dados continuam a ser essenciais para definir a estratégia de BI da organização, desenvolver modelos de análise complexos e garantir a qualidade dos dados.

Ao invés de perder tempo procurando qual ferramenta é a melhor, concentre-se em tratar e organizar os dados.

Uma base de dados sólida e confiável é crucial para que estes dados sirvam de alicerce para análises de informações confiáveis.

Então, antes de falar de ferramenta, faça a pergunta: como estão organizados os nossos dados?

Boa análise para você ☺️

A figura representa dois sacos recheados de cubos. Uma analogia de repositório de dados de uma empresa.
Como está sua colheita de dados?

Referências


Minerando dados: A base para dashboards confiáveis was originally published in UX Collective

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