Liderança sem empatia é poder mal administrado
Quando o discurso de liderança humanizada esconde a falta de ética, caráter e respeito.Após refletir muito sobre tudo o que aconteceu na minha última experiência profissional, senti a necessidade de escrever, organizar meus sentimentos e compartilhar o ocorrido, para que sirva de conselho para uns e um grande abraço para outros.O conviteNos últimos anos, trilhei um caminho sólido como UX / Product Designer em uma empresa onde pude aplicar plenamente meus conhecimentos, liderar iniciativas de impacto e construir relações baseadas em confiança e profissionalismo. Ao longo desse período, conquistei reconhecimento interno e externo, e contribui de forma ativa para a evolução de produtos, processos e resultados.Como acontece em muitos momentos da carreira, surgiu uma nova oportunidade: uma proposta de outra empresa, com melhores condições financeiras, um discurso voltado à inovação e a promessa de um ambiente amigável e colaborativo.Após consultar algumas pessoas e refletir bastante (como qualquer pessoa responsável faria), decidi aceitar o convite e iniciar esse novo ciclo. A expectativa era de crescimento profissional, estabilidade, aprendizado e colaboração. Mas a realidade foi bem diferente.A realidadeLogo nos primeiros dias, as atribuições que me foram delegadas estavam muito abaixo da responsabilidade esperada para o cargo que ocupei. Ainda assim, com profissionalismo e paciência, segui empenhado em entender o contexto do momento, entregar valor e abrir caminhos para contribuir com o que sei fazer de melhor: gerar resultados.Mas abruptamente, numa segunda-feira, logo após uma reunião de alinhamento com as “lideranças”, antes mesmo de completar um mês de atuação, fui comunicado pelo RH que solicitaram o meu desligamento na semana anterior e minha jornada acabava ali.Nenhuma conversa. Nenhum alinhamento. Nenhum feedback.Apenas uma ligação breve no Teams de uma pessoa que eu nunca havia conversado, acompanhada do distrato a ser assinado. Saí perplexo e com um profundo sentimento de indignação e revolta.O que fere não é o fim, é a formaO ponto aqui não é a decisão em si, empresas têm o direito (e o dever quando necessário) de tomar decisões difíceis.O inaceitável é *como* algumas lideranças conduzem essas decisões.A ausência de diálogo, a falta de consideração com a trajetória de um profissional e a postura fria e covarde diante das consequências humanas de uma demissão abrupta, dizem muito mais sobre a cultura podre de uma organização do que qualquer slogan de fachada.Deixar uma posição estável, construída com anos de esforço e dedicação, para ser desligado em menos de 30 dias sem uma única conversa ou explicação é mais do que um cruel episódio profissional — é um retrato claro do que ainda precisa evoluir em muitas lideranças: maturidade, empatia, responsabilidade e respeito.A quem lidera: seu poder exige consciênciaSe você ocupa uma posição de liderança, nunca se esqueça:Você não lida apenas com entregas, metas e relatórios. Você lida com pessoas, suas histórias, escolhas e expectativas.Ser líder não é apenas decidir, é saber como decidir. E ter a coragem de dar retorno, de conversar, de ser humano, mesmo quando isso exige desconforto.Respeito não se negocia. Transparência, comunicação e consideração são pilares inegociáveis em qualquer relação profissional.Tenha caráter e seja referência pela pessoa que você é, não apenas pela posição que ocupa, afinal cargos são temporários, enquanto suas atitudes ecoarão para sempre. Não seja covarde.Ciclos se encerram. Mas a forma como isso acontece deixa marcas — tanto para quem sai quanto para quem fica.“Quando pessoas viram coisas, cabeças viram degraus.”— Emicida em PassarinhosA quem viveu algo semelhante: Você não está só.Escrevo esse artigo não como um pedido de compreensão, mas como um ato de coragem e exposição consciente.Que ele sirva de esperança para outros profissionais que, como eu, acreditam no respeito e na integridade das relações de trabalho. Saiba que isso não define suas capacidades e quem você é.E que também sirva de reflexão para “líderes” que ainda tratam pessoas como peças descartáveis em vez de parceiros de jornada.Por aqui, sigo com a cabeça erguida e a certeza de que dignidade, ética e caráter não se perdem, mesmo diante de atitudes pequenas, covardes e perversas. O que fica são os aprendizados. E o mais importante deles:Distância de gente que não te respeita e nem te valoriza, não é perda, e sim um ganho.Mas e você? O que faria se fosse desligado numa situação como essa? Já presenciou algo parecido? Compartilha comigo nos comentários.

Quando o discurso de liderança humanizada esconde a falta de ética, caráter e respeito.

Após refletir muito sobre tudo o que aconteceu na minha última experiência profissional, senti a necessidade de escrever, organizar meus sentimentos e compartilhar o ocorrido, para que sirva de conselho para uns e um grande abraço para outros.
O convite
Nos últimos anos, trilhei um caminho sólido como UX / Product Designer em uma empresa onde pude aplicar plenamente meus conhecimentos, liderar iniciativas de impacto e construir relações baseadas em confiança e profissionalismo. Ao longo desse período, conquistei reconhecimento interno e externo, e contribui de forma ativa para a evolução de produtos, processos e resultados.
Como acontece em muitos momentos da carreira, surgiu uma nova oportunidade: uma proposta de outra empresa, com melhores condições financeiras, um discurso voltado à inovação e a promessa de um ambiente amigável e colaborativo.
Após consultar algumas pessoas e refletir bastante (como qualquer pessoa responsável faria), decidi aceitar o convite e iniciar esse novo ciclo. A expectativa era de crescimento profissional, estabilidade, aprendizado e colaboração. Mas a realidade foi bem diferente.
A realidade
Logo nos primeiros dias, as atribuições que me foram delegadas estavam muito abaixo da responsabilidade esperada para o cargo que ocupei. Ainda assim, com profissionalismo e paciência, segui empenhado em entender o contexto do momento, entregar valor e abrir caminhos para contribuir com o que sei fazer de melhor: gerar resultados.
Mas abruptamente, numa segunda-feira, logo após uma reunião de alinhamento com as “lideranças”, antes mesmo de completar um mês de atuação, fui comunicado pelo RH que solicitaram o meu desligamento na semana anterior e minha jornada acabava ali.
Nenhuma conversa. Nenhum alinhamento. Nenhum feedback.
Apenas uma ligação breve no Teams de uma pessoa que eu nunca havia conversado, acompanhada do distrato a ser assinado. Saí perplexo e com um profundo sentimento de indignação e revolta.
O que fere não é o fim, é a forma
O ponto aqui não é a decisão em si, empresas têm o direito (e o dever quando necessário) de tomar decisões difíceis.
O inaceitável é *como* algumas lideranças conduzem essas decisões.
A ausência de diálogo, a falta de consideração com a trajetória de um profissional e a postura fria e covarde diante das consequências humanas de uma demissão abrupta, dizem muito mais sobre a cultura podre de uma organização do que qualquer slogan de fachada.
Deixar uma posição estável, construída com anos de esforço e dedicação, para ser desligado em menos de 30 dias sem uma única conversa ou explicação é mais do que um cruel episódio profissional — é um retrato claro do que ainda precisa evoluir em muitas lideranças: maturidade, empatia, responsabilidade e respeito.
A quem lidera: seu poder exige consciência
Se você ocupa uma posição de liderança, nunca se esqueça:
Você não lida apenas com entregas, metas e relatórios. Você lida com pessoas, suas histórias, escolhas e expectativas.
Ser líder não é apenas decidir, é saber como decidir. E ter a coragem de dar retorno, de conversar, de ser humano, mesmo quando isso exige desconforto.
Respeito não se negocia. Transparência, comunicação e consideração são pilares inegociáveis em qualquer relação profissional.
Tenha caráter e seja referência pela pessoa que você é, não apenas pela posição que ocupa, afinal cargos são temporários, enquanto suas atitudes ecoarão para sempre. Não seja covarde.
Ciclos se encerram. Mas a forma como isso acontece deixa marcas — tanto para quem sai quanto para quem fica.
“Quando pessoas viram coisas, cabeças viram degraus.”
— Emicida em Passarinhos
A quem viveu algo semelhante: Você não está só.
Escrevo esse artigo não como um pedido de compreensão, mas como um ato de coragem e exposição consciente.
Que ele sirva de esperança para outros profissionais que, como eu, acreditam no respeito e na integridade das relações de trabalho. Saiba que isso não define suas capacidades e quem você é.
E que também sirva de reflexão para “líderes” que ainda tratam pessoas como peças descartáveis em vez de parceiros de jornada.
Por aqui, sigo com a cabeça erguida e a certeza de que dignidade, ética e caráter não se perdem, mesmo diante de atitudes pequenas, covardes e perversas. O que fica são os aprendizados. E o mais importante deles:
Distância de gente que não te respeita e nem te valoriza, não é perda, e sim um ganho.
Mas e você? O que faria se fosse desligado numa situação como essa? Já presenciou algo parecido? Compartilha comigo nos comentários.