A nova cena de Maria Grazia Chiuri: da passarela para o palco

Maria Grazia Chiuri – Foto: Kira Bunse

Depois de quase uma década comandando a direção criativa da Dior, Maria Grazia Chiuri encerrou um ciclo na moda internacional e decidiu direcionar sua energia para um projeto íntimo e cultural. Deixou para trás as passarelas e volta-se para um patrimônio histórico em Roma: o Teatro della Cometa.

Adquirido por Chiuri em 2020, o teatro, fundado em 1958, havia perdido o brilho que um dia o consagrou como um vibrante centro artístico. O espaço foi criado pela condessa Mimì Pecci Blunt, aristocrata excêntrica e visionária, que ao longo do século XX reuniu em torno de si nomes como Jean Cocteau e Salvador Dalí.

Fascinada por essa herança cultural, Maria Grazia enxergou no teatro não um negócio, mas um convite à preservação da memória e à reinvenção artística. O processo de restauração, envolveu devolver ao espaço sua elegância barroca original, concebida pelo arquiteto Tomaso Buzzi, mas também injetar nele um novo fôlego criativo, transformando-o em uma plataforma para experiências culturais contemporâneas.

Maria Grazia escolheu investir na arte e no patrimônio de sua cidade e em um mundo em que o luxo frequentemente se traduz em isolamento ou ostentação, Chiuri propõe outra narrativa: a cultura como um espaço vivo, compartilhado e regenerador. Estaria aí, quem sabe, o verdadeiro ato de ruptura e reinvenção de sua carreira?

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