Arcos setorizam os cinco ambientes de hotel na CASACOR SP
O escritório Frezza & Figueiredo Arquitetura e Interiores marca presença na CASACOR São Paulo 2025 com o Amado Hotel, repleto de memórias.

O escritório Frezza & Figueiredo Arquitetura e Interiores celebra sua estreia na CASACOR São Paulo 2025 com um projeto que é uma verdadeira viagem ao tempo.
Tendo como um dos pilares de atuação projetos que resgatam a memória e trazem novos ares a imóveis antigos, entre eles, sedes de fazendas, o arquiteto Gabriel Figueiredo e o designer de interiores Fabricio Frezza levam para a mostra o Amado Hotel, uma proposta de ocupação inteligente que enfatiza a relevância do passado como norteador fundamental para a construção de um futuro mais afetivo e humano.

O ponto de partida para o projeto foram as memórias afetivas do próprio Gabriel, que, quando criança, costumava visitar com os pais as exposições agropecuárias realizadas no Parque da Água Branca, local que recebe a 38ª Edição da CASACOR São Paulo.
Assim, o ambiente tira partido da história do espaço para apresentar um lobby intimista, aconchegante e repleto de detalhes que convidam os visitantes a mergulharem no universo de um imaginário hotel boutique, reverenciando o passado e, principalmente, a arquitetura do parque.
Cinco espaços em um ambiente
Com 50 m² distribuídos ao longo de uma galeria de 16,7 m x 3 m, o Amado Hotel foi concebido como um lobby, com referência Art Déco, que recebe e acolhe seus hóspedes com conforto e estilo. O ambiente conta com cinco espaços setorizados por uma sequência de arcos que delimitam visualmente cada um deles e, que, também está presente na arquitetura dos prédios do Parque da Água Branca, inaugurado em 1929.
Logo na entrada, a recepção dá as boas-vindas aos visitantes. Junto à escrivaninha e ao porta-chaves, destaca-se o retrato “O Menino Chamado Amado”, de autoria desconhecida, que homenageia o garoto cujo nome batiza o ambiente: uma criança negra retratada por um pintor itinerante que passou pela fazenda onde ela vivia com os pais, nos anos 1950.
A pintura, adquirida originalmente pela mãe de Gabriel, integra o acervo pessoal dos profissionais, assim como cerca de 100 das 126 obras curadas por eles e expostas no ambiente. Entre elas, estão pinturas, desenhos, aquarelas, gravuras, fotografias e demais peças de garimpo.
“Temos também um guache de autoria de Antônio Gomide, artista que assina os vitrais com linguagem Art Déco e motivos rurais instalados na entrada do Parque da Água Branca”, acrescentam Frezza e Figueiredo, em mais um exemplo de exaltação à história e à memória do local. Na parede oposta, um móvel com espelho exibe os itens da lojinha fictícia, reforçando a atmosfera de um hotel boutique. O pendente Lanterna Max (Cris Bertolucci), inspirado nas tradicionais lanternas orientais com cúpula de algodão, traz uma sensação de aconchego e reforça a referência ao Art Déco, presente desde a recepção até os demais espaços do Amado Hotel.
Mobiliário

Na primeira galeria, logo após a recepção, as cortinas romanas com xales de linho (Amorim Cortinas), que se repetem simetricamente nas demais portas, demarcam as áreas de circulação, enquanto o ventilador de teto de palha de buriti envelhecida (Vent Decor) compõe com o tapete da linha Revolution (By Kamy), cuja estampa remete aos grãos de café, em uma referência ao universo agrícola. Seguindo a simetria do espaço, o mesmo tapete aparece na galeria dois, após o lounge bar, mas com as cores invertidas, quebrando a previsibilidade e evitando totalmente o desperdício no uso da matéria-prima.
Entre as duas galerias está localizado o coração do Amado Hotel: o lounge bar. Projetado como espaço de permanência, traz dois conjuntos com banco, mesa e cadeiras (Deccora Casa), espelhados em um dos lados da galeria. Sobre eles, as cortinas de junco (A Morada Cortinas) entreabertas simulam a presença de uma janela, transformando as obras de arte em uma espécie de paisagem.
Entre as mesas, vê-se a cômoda de madeira (Deccora Casa), elemento principal do espaço, que remete ao mobiliário antigo e cumpre a função de bar de autosserviço, onde os hóspedes podem preparar seus próprios drinks. À frente dela, o sofá datado entre os anos 1940 e 1950, revitalizado com veludo bege (Branco.casa), convida ao relaxamento, ao desfrute de uma boa bebida e conversa.
O espaço central é aquecido pelo tapete Amado, da linha By Kamy Verde, confeccionado com retalhos e desenhado por Frezza & Figueiredo juntamente com a By Kamy, especialmente para o lobby. A luz indireta e cênica, proveniente de luminárias com luz filtrada, arcos precisamente iluminados, e das sancas que jogam a luz para o teto – projeto de Filippo Giorgi (Lucenera) –, contribui trazendo calma e bem-estar para o espaço.
Seguindo pelo lobby e passando pela galeria dois, chega-se ao hall de entrada. “Ele também cumpre função de receber a todos, permitindo diversos circuitos de visitação entre os ambientes da CASACOR São Paulo”, destacam os sócios do Frezza e Figueiredo. Coberto por tapete e espelhando o pendente da recepção, o hall destaca a fauna e flora na seleção das obras de arte nas paredes.