Pierpaolo Piccioli é o novo diretor criativo da Balenciaga

Foto: Divulgação

Na noite de quarta-feira (14 de maio), os rumores começaram a circular com força: Pierpaolo Piccioli, até então ex-diretor criativo da Valentino, assumiria a direção criativa da Balenciaga.  Temos a confirmação oficial. Uma das maisons mais emblemáticas da história da moda está prestes a iniciar um novo capítulo — e promete ser memorável.

Nascido em Nettuno, na Itália, Pierpaolo iniciou sua carreira na Fendi no início dos anos 1990, onde trabalhou com acessórios. Sua experiência lá foi fundamental para sua transição posterior à Valentino, ao lado de Maria Grazia Chiuri. Juntos, transformaram a linha de acessórios da maison em um sucesso global. Em 2008, foram nomeados codiretores criativos da Valentino e, com a saída de Chiuri para a Dior em 2016, Piccioli assumiu sozinho a direção criativa. A partir daí, seu trabalho foi amplamente aclamado por trazer uma elegância moderna e por redefinir o que a alta-costura poderia ser no século XXI.

Ele conquistou espaço ao unir o artesanal e o contemporâneo, o romântico e o político, sempre com desfiles emocionantes, casting diverso e mensagens potentes. Sua estética é marcada pela fluidez, cor e sofisticação — e por uma beleza que dialoga com o tempo presente sem perder profundidade. Sua trajetória dentro da maison Valentino foi memorável, uma verdadeira ode à cultura italiana. Pierpaolo sempre trouxe exuberância de forma canônica, com inspirações greco-romanas — suas criações carregam o simbolismo de um berço cultural profundamente romano. Sua trajetória se encerrou na maison Valentino em março de 2024, após uma jornada de 25 anos.

Vestido Balenciaga acervo MET – Foto: Reprodução

Fundada em 1919 pelo mestre espanhol Cristóbal Balenciaga, a maison rapidamente ganhou fama por suas silhuetas inovadoras e cortes arquitetônicos. Cristóbal era conhecido como “o costureiro dos costureiros” e foi referência para nomes como Christian Dior e Hubert de Givenchy. Fechou sua casa em 1968, mas seu legado ecoou por décadas. A Balenciaga foi relançada nos anos 1990 e passou por diversas fases criativas, incluindo a marcante era de Nicolas Ghesquière, que misturou futurismo e sofisticação, até chegar a Demna Gvasalia, que revolucionou (e polarizou) a marca.

Campanha Balenciaga primavera verão 2025 – Foto: Divulgação

Desde 2015, o estilista georgiano transformou radicalmente a Balenciaga com uma estética distorcida, conceitual e muitas vezes provocativa. Suas criações, sempre carregadas de ironia e crítica social, foram amplamente debatidas — ora aclamadas, ora criticadas. Demna trouxe a marca para o centro da cultura pop e fez dela um símbolo da moda disruptiva, com raízes em sua própria grife Vetements, fenômeno entre 2016 e 2019.

Com sua saída — e sua ida para a Gucci — a grande dúvida era: quem ocuparia esse lugar tão simbólico?

A resposta, embora surpreendente, talvez seja a mais poética possível. Trazer Pierpaolo para a atual Balenciaga pode representar um ponto de virada. Seria um respiro ao passado ou uma ponte entre o legado de Cristóbal e o futuro da marca?

Será esse um novo ciclo de silêncio sofisticado, depois de anos de barulho proposital?
Será Pierpaolo o nome que vai devolver à Balenciaga a alma que Cristóbal costurava com tanta maestria? Ou vai manter a identidade atual que Demna construiu nesse últimos anos? Muitas dúvidas ecoam em nossas cabeças.

O que sabemos é que esse encontro de visões — entre o drama suave de Pierpaolo e a herança monumental de Cristóbal Balenciaga — promete redefinir, mais uma vez, os rumos da moda contemporânea.

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