Sua pele pode estar esgotada: veja os sinais do skin burnout e como tratar
A pressão estética e o excesso de produtos podem estar prejudicando a saúde da sua pele — especialistas explicam como reconhecer e prevenir o skin burnout

Como esquecer da relação conturbada que Gisela, da novela Beleza Fatal, tinha com a própria imagem? Em cenas chocantes, a personagem enfrentava tentativas frustradas de se encaixar em padrões inalcançáveis, recorrendo a inúmeros procedimentos estéticos que, ao invés de ajudar, acabavam prejudicando ainda mais sua pele e autoestima. Esse é um exemplo dramático, mas realista, da pressão estética atual — e do fenômeno conhecido como skin burnout.
O que está por trás do skin burnout?
Trata-se do esgotamento da pele causado pelo uso excessivo e incorreto de produtos e procedimentos estéticos, que levam a irritações, sensibilidade e danos que podem se tornar irreversíveis. Nos últimos anos, esse problema vem ganhando destaque justamente pelo crescimento exponencial da indústria da beleza e, claro, da influência digital.
Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), em 2023, a procura por procedimentos estéticos aumentou 390%, impulsionada principalmente pelas redes sociais, onde um tsunami de tendências e ‘referências’ de beleza invade nossos feeds diariamente.
Porém, esse universo virtual, por mais inspirador que pareça, também exerce uma pressão enorme através do trend chasing – que define a busca incessante por resultados imediatos através das famosas trends -, causando ansiedade e uma corrida desenfreada por produtos milagrosos tanto do lado de quem consome, quanto de quem produz.
Fique atenta aos sinais

Karina Barrelo, especialista em full face e quiet beauty, destaca alguns sinais de que você pode estar sofrendo com skin burnout:
- Pele constantemente sensibilizada, irritada ou vermelha, mesmo com uso de produtos com fórmulas “leves”;
- Ressecamento extremo, descamação e até a piora progressiva de quadros como acne ou rosácea;
- Sensação de que nada funciona: apesar de usar muitos produtos, a pele parece sempre pior;
- Rotina incansável: você se sente sobrecarregada ao tentar acompanhar as tendências e sente culpa quando não consegue;
- Compras por impulso: não consegue resistir a novos lançamentos, mesmo sem real necessidade;
- Frustração e ansiedade: sente-se insegura ao se comparar com os resultados “perfeitos” de outras pessoas, mesmo que desconhecidas.
A especialista ainda diz que pacientes com pele sensível, histórico de dermatites, acne ou que fazem uso excessivo de produtos ou procedimentos são mais suscetíveis ao burnout da pele.
Os efeitos reais

Além dos efeitos físicos, o skin burnout pode causar um impacto psicológico profundo. A comparação constante com imagens idealizadas e a glamourização de rotinas de skincare complexas nas redes sociais alimentam inseguranças, criando expectativas irreais sobre o propósito de produtos e procedimentos, e até mesmo um ciclo de frustração.
Não à toa, a pesquisa da Euromonitor aponta que mais de 60% das mulheres relatam problemas de pele causados pelo uso indiscriminado de produtos, que pode comprometer a função de barreira da pele, aumentar a suscetibilidade a processos inflamatórios crônicos, favorecer o envelhecimento precoce e até desencadear condições dermatológicas complexas e de difícil reversão.
Um exemplo recente dessa realidade é a modelo e influenciadora Hailey Bieber, que revelou publicamente sua luta contra a dermatite periodal — uma inflamação que pode ser causada pelo uso descontrolado de ativos como cortisona e ácidos na rotina de autocuidado. Seu relato alerta para os perigos de seguir tendências sem orientação especializada.
“O problema do trend chasing é que ele cria a ilusão de que a felicidade está no próximo produto ou procedimento, quando, na verdade, o cuidado real com a pele é uma questão de conhecimento e equilíbrio,” explica Andressa Mundim, Diretora de Marketing do Grupo MedSystems, que atua no segmento tecnológico de tratamentos estéticos.
Dicas para evitar a exaustão da pele

Mas, quem nunca se sentiu tentado a comprar o “último lançamento” de uma linha de cosméticos, mesmo sem necessidade? Essa tentação tem uma raiz alimentada por marcas e influenciadores que parecem sempre ter um novo “sérum milagroso” nas mãos, prontinhos para vender.
Contudo, em meio a tantas promessas superficiais, é preciso lembrar que menos é mais. A busca pela perfeição deve ser substituída por práticas realistas e orientadas por profissionais. Em vez de seguir cada nova tendência, procure focar no essencial, como:
- Simplificar a rotina de cuidados: produtos essenciais, como protetor solar, hidratante e sabonete adequado, podem ser muito mais eficazes e saudáveis.
- Busque orientação de profissionais de saúde antes de investir em novos produtos.
- Priorize a saúde mental: o autocuidado vai além da pele.
- E lembre-se que o equilíbrio é a chave — não é preciso acompanhar todos os lançamentos e procedimentos.
“É importante se permitir a se desligar e entender que não precisamos fazer parte de tudo o tempo todo. E o que nunca pode deixar de existir é o questionamento. Perguntar protege, cria conhecimento e ajuda a tomar decisões conscientes. Desconfie de soluções milagrosas. Nada vai levar ninguém à perfeição.”, conclui Andressa.
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