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Quando o amor vira saudade: como viver o luto no Dia dos Namorados, segundo psicóloga
O Dia dos Namorados também pode ser um momento de acolhimento e ressignificação para quem vive o luto por um amor que partiu
Ninguém está pronto para perder um grande amor. Quando acontece, somos tomadas por uma avalanche de emoções devastadoras. E com o Dia dos Namorados se aproximando, inúmeros sentimentos incômodos podem vir à tona, visto que datas comemorativas frequentemente ativam gatilhos emocionais capazes de nos fazer revisitar feridas.
Para entender o que fazer e como agir diante desses períodos, especialmente se este for o seu primeiro Dia dos Namorados no luto, conversamos com a psicóloga Regina Sanches. Veja a seguir:
Não se cobre em estar bem durante a data
“Eu costumo dizer para minhas pacientes que perder alguém, passar por um luto, lidar com a ausência de uma pessoa que amamos por anos — ou mesmo por um curto período — é como ter que reprogramar o nosso cérebro. É como se precisássemos ajustar o caminho que até certo tempo era o nosso caminho seguro”, afirma.
A especialista compara o processo mental a um GPS sem sinal: quando perde a conexão, precisa recalcular a rota, incessantemente. As emoções funcionam desta maneira e, por isso, podemos nos sentir muito perdidas.
Com o intuito de ajudar, amigos e familiares tentam dar conselhos sobre o que fazer para superar a dor o mais breve possível. No entanto, a psicóloga ressalta que cada pessoa é única, assim como cada história, sendo essencial respeitar o nosso próprio tempo e sentimentos: “Nem sempre aquilo que foi resolutivo para outra pessoa vai ser resolutivo para você também. A dor é individual.”
Como atravessar o luto no Dia dos Namorados
A primeira dica da especialista é realizar um autoexame. Pergunte a si mesma: “Se eu fosse a espectadora da minha vida, qual atividade eu gostaria de me ver fazendo no Dia dos Namorados sem o meu amor?”.
“Qual atitude faria você sentir orgulho de si mesma nesse dia?”, provoca a psicóloga. As opções são infinitas: pode ser escrever uma carta, relembrar momentos felizes ou até mesmo sentir tristeza e saudade — não existe resposta errada. Tão única quanto cada dor é a maneira que escolhemos lidar com ela.
Encare o processo (não é fácil, e está tudo bem)
De acordo com a profissional, lidar com o luto não é uma tarefa fácil, mas se esquivar do processo também não é uma boa opção. Caso consiga, tente reviver boas lembranças através de fotos, falando com alguém sobre o quanto a pessoa era (e continua sendo) especial, escrevendo uma carta destinada ao cônjuge. Todas essas opções podem ser muito terapêuticas.
“Há psiquiatras que afirmam que não cuidar do luto nos torna ‘enlutados’. Por isso, acredito muito na ideia de sentar, rever fotos, falar sobre histórias, escrever uma carta. Esta última é uma das melhores estratégias, pois nos permite colocar toda a nossa emoção no papel — e, neurologicamente, isso tem um benefício comprovado.”
O que fazer se não estiver pronta para encarar
Para quem não se sente preparada para revisitar memórias, atividades como comprar um presente para si, fazer um passeio no parque, encontrar uma amiga especial ou ter momentos de autocuidado podem ser alternativas para atravessar o dia de maneira mais leve.
Não tenha pressa
“É preciso ter cuidado ao se jogar de cabeça em alguma atividade que te coloque em intensa exposição com a perda”, aponta. Realizar uma auto investigação (com a ajuda de um profissional) para compreender o quanto estamos aptos a vivenciar determinadas experiências é imprescindível.
Como dito anteriormente, datas comemorativas podem intensificar o luto. “É como se a dor se intensificasse, porque tomamos consciência de que nunca mais teremos aquela comemoração com o amor que partiu. Sendo assim, ter pessoas que amamos por perto pode ser uma boa opção para ‘manter os pés no chão'”, explica.
Se achar necessário, procure ajuda de um psicólogo. O acompanhamento profissional é importante para passar por esse momento de forma mais saudável.
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